Uma bicicleta, uma meta e muita determinação.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Hoje, após voltar da escola do Denniel, em que fui, muito orgulhoso, assinar um recibo referente ao notebook que ele ganhou do Governo do Estado por se destacar em uma prova aplicada por eles, passei por um homem, parado sozinho em um ponto de ônibus ao lado de uma bicicleta apinhada de sacolas e bugigangas. Gritei um oi pra ele e o mesmo me respondeu.
   
     Pedalei mais uns duzentos metros, mas a curiosidade foi mais forte. De onde viria, pra onde iria aquele "andarilho com rodas". Fiz meia volta e fui para o ponto de ônibus.

     Ele já estava saindo. Empurrando aquele monte de coisa em cima de uma quase invisível bicicleta, em que só se destacava as rodas. O resto era tudo tralha.
 
     Quando cheguei perto  ele estava atravessando a estrada e percebi que ele ficou meio tenso. Achou que eu queria passar e parou no meio da estrada e falou: _Vamos! Vamos!

     Eu encostei logo a frente, esperei ele atravessar e disse: _queria falar com o senhor. _o que quieres? Perguntou ele meio assustado. _É que eu passei pelo senhor e o vi aí com sua bicicleta cheia de coisas e fiquei curioso! Aí, já com o sorriso aberto ele disse: _ Si, si... Você não é o primeiro que me diz isso. Pronto. Bastou para que começássemos a conversar como velhos amigos, acabando por eu acompanha-lo por um tempo até que ele me contasse o que o fez parar ali, no meio da Rio/Santos.

     Seu nome era Hernesto. Vinha de Montevideo no Uruguai e estava na estrada há setenta dias.

     A motivação? Conhecer pessoalmente sua filha, fruto de um relacionamento de vinte e seis anos atrás e que ele nem sabia que existia.

     Karina, que mora em Recife, depois da morte de sua mãe há um ano, resolveu procura-lo e desde então os dois vêm planejando esse encontro pela internet.

     Com tudo acertado, Hernesto partiu com sua ideia na cabeça e muita motivação no coração.

     Comprou, bicicleta nova, acessórios, mapas do Brasil, câmera pra registrar a viajem caneta e papel. Sim caneta e papel por que ele é escritor. Escritor de livros infantis. Passei a gostar mais ainda do homem.

     Eis que quando chega numa das primeiras cidades, surge o que eu consideraria o maior desafio de toda a empreitada.

     Hernesto parou num posto de gasolina e foi tomar um banho. Quando voltou se deparou com o absurdo. Cadê a bicicleta? Falou com os frentistas. Ninguém viu nada. Incrível! Procurou desesperado. O sonho ficando cada vez mais distante. Depois de muito tempo. Sentou no meio fio, desolado, sem dinheiro, celular, com fome e pensou: _has acabado...

     Nesse ínterim já se aglomerava uma pequena multidão. Ouve-se o burburinho: _coitado e agora? _temos que fazer alguma coisa pra ajuda-lo. Um frentista falou mais alto: _O tio! Eu tenho uma magrela velha ali... Se o senhor quiser, pode ficar com ela. O homem nem bem respondeu e uma senhora disse: _Eu tenho umas panelas velhas... Um guri disse: _eu posso arrumar uma mochila velha. _eu também, eu também... E assim com a solidariedade dos presentes ele pôde seguir sua viagem e seu sonho. Ficou triste por que não pode registrar em sua câmera roubada as lindas imagens que se seguiriam, mas ainda lhe restava sua imaginação, caneta e papel para escrever estórias lindas para suas netinhas que o esperavam em Recife.

     Já o tinha acompanhado até o cume daquele morro e ele já estava se preparando pra montar na bicicleta e descer a banguela, então pedi pra bater uma foto dele para por aqui no nosso blog. Aí ele me perguntou: _Tu és jornalista? _Não. Sou bombeiro ali naquela Usina Nuclear. _Oh. Fiz muitos amigos bombeiros e policiais pelo caminho. Fiquei, como nunca fiquei antes, muito orgulhoso de ser bombeiro apesar de não poder ajuda-lo naquela hora. Pedi pra tirarmos uma foto juntos e nos abraçamos de lado como velhos amigos.

      Desejei-lhe uma boa viagem, recomendei-lhe muito cuidado e fiz meia volta, duplamente feliz, por ter conhecido tão simples figura que me fez pensar no quão pouco precisamos para ser feliz.

     Sei que dificilmente o verei novamente, mas espero de coraçao que o Hernesto consiga encontrar a Karina e suas netinhas e que essa aventura tenha um final muito feliz.


Hernesto e sua fiel companheira "substituta"



Depois que viu essa foto, falou: _estou velho né? rs

     Warley.


     




Leia mais...

Pedalada em 20 de Agosto de 2011 - Destino: Cachoeira do Joelão (Sertão do Perequê - Angra dos Reis - RJ)

sábado, 27 de agosto de 2011


     Dia 20 fomos conhecer mais um pouco do lugar onde moramos. Essa rota, descobri por acaso, depois de ter me perdido tentando fazer outra rota. No dia anterior a esse passeio, eu estava fissurado em pedalar, e como a Raquel não podia ir, por causa de compromissos inadiáveis (Cabeleireira... rs), tive que ir sozinho. Foi até bom. Se ela tivesse ido comigo pelo caminho que eu fui, poderia não ter dado tempo de ela voltar a tempo de começar a trabalhar. Então... No caminho há várias subidas, descidas e bifurcações e numa desses Y eu parei e fiquei na dúvida de qual seguir pra chegar à ponte de arame. Dai, como estava previsto nas leis de Murphy, eu tomei o caminho errado. Pedalando mais uns 4 km mata adentro, já pensando na burrice que cometi, eis que encontro uma ponte de madeira, com um riozinho lindo, de águas transparentes, cheio de lambaris, traíras e carás. Dei uma boa olhada no lugar... Esperei um tempo até que passou um cara de mobilete e que me disse q ali pra cima tinha uma cachoeira... Fiquei empolgado. Voltei pra casa doido pra chegar logo o outro dia. Quem bom que chegou...

     Saímos às 8 e meia, mas antes tivemos q passar no Amorim pra remendar minha câmara de ar q furou na noite anterior (na porta do boteco). Feito o remendo, partimos em direção da ponte de arame (que não tem mais nada feito de arame) fazendo o caminho inverso do dia anterior. Passando pela ponte, tudo mudou. Algumas fazendas pelo caminho, com bois, ovelhas e verde. Muito verde.

     O caminho é um desafio pra gente que ainda está meio que saindo de anos de ócio. Algumas subidas exigem muita força de vontade e coordenação na troca de marchas pra que sejam feitas com o menor esforço possível. As descidas são adrenalina pura. Muito cascalho na estrada, o que exige pulso firme pra segurar o guidão e bons freios pra segurar a magrela.

     Abaixo seguem a rota no Google Maps, algumas fotos do caminho e um filminho curto Cachoeira do Joelão. Nem sei se é assim mesmo que se escreve o nome, mas foi assim que entendi como as pessoas do local a chamam.



Visualizar Rota Cachoeira Joelão em um mapa maior






Aqui são as fotos dos primeiros trechos, já abandonando a cidade e rumo ao sertão






A Ponte de Arame, que continua com este nome até hoje, apesar de não ser feita mais de arame.







Aqui começam as belezas naturais...


 Dá pra pescar nesse rio... vamos?

Os palmitos Jussara, os frutos de açaí..









Terra tratada com cal


 


Essa montanha a gente consegue ver lá de casa, mas aqui no sertão, conseguimos vê-la com muito mais nitidez.










Esse morador apontou pro outro lado quando perguntei pra onde ficava a cachoeira Chapéu do Sol

Foi tentar atravessar o rio e encalhou. Reclamou q teve q molhar o pé.

Ponte de madeira




Sítio do Sr. Hernandes (ou Hernando) Não entendi muito bem.




Tanques de criação de tilápia






Olha o perú. Glu-gluuu. Rss








Piscina natural. Linda...



Só felicidade...


Denniel se amarrou...

Pras vaquinhas, nós somos a atração.

Deu pra fazer até carinho nas ovelhinhas. quando a Raqule chegou perto elas correram. Nao sei por que... Rs

E esse foi o final... Em breve voltaremos.


Leia mais...

Freio a disco hidráulico

sexta-feira, 26 de agosto de 2011



      Hoje, eu estava no trabalho e surgiu um debate sobre como se deve frear a bike em caso de emergência.

      Minha bike tem freio a disco hidráulico.

     Outro dia, vinha pedalando a uma distancia de 1,5 m, mais ou menos, atrás de um carro. Confesso que eu estava meio distraído, pensando não sei no que, quando de repente o carro parou na minha frente. Tive que "chamar na borracha", mesmo minha bike não tendo nenhuma. Como sou destro, automaticamente apertei a manete do freio traseiro. O freio é bom demais, chega a ser exagerado. Tanto que o pneu cantou e derrapou. Virei pra direita ainda a tempo do bar hand bater na lanterna do carro. Entre assustado e puto (sem razão) com o motorista do carro, passei do lado dele, tentei ver quem era, mas o vidro era fumê e não deu pra ver nada. Melhor assim. Quando cheguei em casa, além de refletir sobre a minha vacilada, que, como qualquer outro veiculo, devo manter uma certa distancia do veiculo que vai a frente, fiquei pensando se freei corretamente, se o certo não seria usar o freio da frente.

     No outro dia, fiquei testando freadas com o freio da frente. Pegava uma boa distância, pedalava bem e freava bruscamente. O que eu vi, foi que ao frear, os amortecedores dianteiros absorvem o impacto e a bike para imediatamente sem derrapar. É claro que o teste foi feito no asfalto e sem a questão do reflexo/susto que passei no dia anterior.

Então hoje eu fiz uma pesquisa básica e encontrei esse artigo do site Euvoudebike.com explicando, entre outras coisas, sobre freios de bike e como se deve frear. Certamente foi de grande ajuda pra mim e deverá ser pra muita gente que está "aprendendo" a andar de bike como eu.


Aprenda a frear corretamente 






     Quando começamos a andar de bicicleta, uma das coisas que mais fazemos é frear! E, infelizmente, é uma das coisas que mais fazemos da maneira errada.
Frear corretamente e sem desgastar os componentes das bicicleta envolve muitas variáveis! Dentre essas variáveis estão o tipo de freio (“cantilever”, “v-brake”, a disco, entre outros), o tipo e a condição do terreno em que estamos pedalando (asfalto, terra, areia, etc), e o tipo de bicicleta que estamos conduzindo.
 
     Não temos o objetivo de fazer uma discussão técnica sobre qual o tipo de freio é melhor ou mesmo técnicas utilizadas em ambiente competitivo. Nossa ideia é fornecer alguma dicas para que você possa otimizar esta tarefa rotineira e crucial para quem “vai de bike”!

     Para obter uma boa frenagem, é necessário estar com os pneus em dia, bons freios (com boas “sapatas” ou bons discos, dependendo do caso), boas rodas e, principalmente, manter o conjunto sempre limpo e bem regulado. O posicionamento errado do conjunto de freios compromete a eficiência de todo o processo, qualquer que seja a qualidade das peças.

     O ideal é frear sempre nas retas, para obter a maior tração possível do conjunto. A posição dos manetes dos freios deve estar sempre o mais próximo possível do avanço do guidão, pois o ideal é que nossos dedos estejam nas pontas dos manetes, e não no meio, pois com isto temos mais força de alavanca e, portanto, menos desgaste físico.




Posição ideal dos dedos no manete do freio


     Em termos de terreno, o ideal é sempre dar prioridade para frear em terreno mais seco e firme. Ou seja, em dias de chuva ou garoa, devemos diminuir nossa velocidade e sempre procurar antecipar as reações dos outros veículos em nosso entorno. Se estiver pedalando na terra, escolha a parte mais seca do solo, com menos vegetação e umidade. Acredite: isto pode fazer toda a diferença entre “tomar um chão” ou não!

     O excesso de frenagem também pode provocar acidentes. Procure olhar sempre para onde se está indo, o mais “para frente” possível. Isto diminuirá a sensação de velocidade pois ao olharmos mais perto de onde estamos, parece que estamos indo “muito rápido” e tendemos a frear mais.

     Assim como nos veículos a motor, o ideal é trabalhar com as marchas e com a velocidade, freando o mínimo possível. Com a experiência, percebemos que cada lugar tem a sua velocidade. E, ao trabalharmos desta maneira, poupamos os componentes da bike.


A eficiência dos freios

 

     Somente para referência, um bom conjunto de freios deve ser acionado, em situações normais, somente com um dedo, e nas emergências com dois dedos. Se você tiver que fazer maior esforço que este, provavelmente está com algum problema em seu sistema e o ideal é ir a uma oficina de sua confiança para resolver o problema.

     Por incrível que pareça, o freio dianteiro é o mais eficiente para parar a bicicleta. Procuramos sempre trabalhar em média com 65% de apoio no freio dianteiro e 35% no freio traseiro. A importância de trabalhar os dois freios “em conjunto” é muito grande, pois, apesar do freio dianteiro ser o maior responsável por “parar” a bike, o freio traseiro é que fornece a “firmeza” no trajeto e na direção da bicicleta, e que também vai garantir a tração da bike para que o dianteiro possa atuar.






     Devemos evitar sempre o travamento das rodas, que quase sempre é seguido por uma derrapagem e uma possível queda. Se precisar frear bruscamente, “trave” a roda traseira, mas nunca a dianteira. E ao fazer isto, procure jogar seu corpo para trás, como se quisesse “puxar” a bike. Aliás, a posição do corpo afeta e muito a bike no momento da frenagem. Quanto mais peso houver sobre a roda traseira, maior será a tração com o solo, fazendo você parar com mais eficiência.

      Por exemplo, se estiver descendo um trecho inclinado e precisar frear, saia do selim e movimente seu corpo para trás, fazendo com que todo seu peso se desloque para a roda traseira. Em trechos mais técnicos, principalmente em trilhas, chegamos até a ficar com o corpo atrás do selim, modificando o centro de gravidade da bicicleta. Mas para o uso cotidiano, e principalmente urbano, isto não se faz necessário.

     E só para lembrar, o freio dianteiro é sempre do lado esquerdo, do lado do coração! E o traseiro do lado direito. Acredite: já vi muito ciclista cair por se confundir na hora de frear…

     Além das dicas acima, sempre mantenha seu olhar para a frente, prevendo o que acontece no entorno, os obstáculos e as reações dos outros veículos e pedestres. Fique sempre atento aos pedestres, que quase sempre atravessam na frente das bicicletas por não terem ideia de que a bike normalmente “chega” até eles antes do que eles previram, devido a velocidade em que se desloca. Este é o motivo mais comum de acidentes entre ciclistas e pedestres, principalmente nos parques, onde muitas vezes todos estão mais desatentos do que o usual.

     Conluindo, utilize sempre seus freios com equilíbrio e segurança!





Leia mais...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...